Minas Gerais em Alerta: o Avanço da Violência e o Abandono da Polícia Civil
- Sindep/MG
- há 6 dias
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A violência em Minas Gerais deixou de ser apenas uma percepção da população para se transformar em uma dura realidade comprovada pelos números. O recém-divulgado Atlas da Violência 2025 escancara uma crise crescente: em 2023, 2.795 mineiros foram assassinados — uma vida ceifada a cada três horas. Isso representa um aumento de 8,4% em relação a 2021, quando o número de homicídios já era alarmante. O Estado está, infelizmente, mergulhado em uma escalada de violência contínua.
Diante dessa realidade, é impossível ignorar o papel da omissão do governo estadual, que fecha os olhos para a principal linha de frente no combate ao crime: a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). O Sindep-MG vem há anos alertando para o abandono da instituição, que opera com efetivo reduzido, salários defasados, estrutura precária e uma sobrecarga insustentável sobre os servidores. A ausência de investimentos concretos e de políticas de valorização demonstra uma negligência inaceitável diante da complexidade do cenário atual. Cresce a violência em Minas e o governo ignora a crise na Polícia Civil.
Além disso, há um fator que torna o quadro ainda mais grave: o avanço de facções criminosas, tanto locais quanto nacionais, que têm invadido o território mineiro. Organizações estruturadas, armadas e cada vez mais ousadas encontram terreno fértil onde o Estado está ausente ou enfraquecido. A falta de inteligência policial, de investigação robusta e de repressão eficaz contribui diretamente para o crescimento do poder dessas facções.
A segurança pública precisa ser prioridade de qualquer governo comprometido com a cidadania. Não se trata apenas de reagir ao crime, mas de prevenir, investigar e desarticular estruturas criminosas com ações estratégicas e sustentáveis. Para isso, é fundamental fortalecer a Polícia Civil — instituição responsável por elucidar crimes, identificar autores e garantir que a justiça aconteça.
Ignorar os apelos da categoria policial é, na prática, contribuir para o agravamento da violência. A sociedade mineira paga caro por essa omissão — com vidas perdidas, medo nas ruas e sensação de impotência diante do crime.
Minas Gerais precisa de mais do que promessas: precisa de ações concretas, de um plano de segurança integrado e, sobretudo, de respeito e valorização a quem trabalha diariamente para proteger a população.
O Estado está em alerta. E é hora de o governo acordar.
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