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A saúde dos policiais civis precisa ser tratada como desafio prioritário



Em um cenário de grande adoecimento dos policiais, a divulgação de informações sobre saúde mental policial e a necessidade de educação emocional tem ganhado cada vez mais notoriedade.


Diante da incisiva atuação do sindicato no sentido de chamar atenção sobre a gravidade desse problema, por meio do debate, orientação e reflexão sobre a busca de ferramentas para o atendimento integral dos policiais, inclusive com atenção especial à necessidade do autoconhecimento, pode-se compreender o crescente número de servidores em busca de atendimento médico, um pedido de socorro desses policiais.


O grande número de licenças médicas aponta para a necessidade de um olhar especial para a saúde psíquica na polícia.


Afinal, a categoria policial tem resistido em expor o sofrimento causado por questões de saúde mental, muitas vezes negligenciado, produzindo um efeito nefasto de "empurrar a sujeira para debaixo do tapete”, ignorando e mascarando os problemas psíquicos. No entanto, diante dos acontecimentos trágicos ocorridos nos últimos meses, somado ao grito de desespero traduzido no crescente número de licenças médicas, essa realidade tornou-se impossível de ser ignorada.


Esses eventos demonstram uma evidência concreta de que a falta de apoio e de condições adequadas de trabalho, a prática do assédio e a falta de reconhecimento profissional têm levado os policiais ao limite.


Tal como o arcaico método de trabalho utilizado na Polícia Civil, um modelo do século XIX, não consegue proporcionar desenvolvimento profissional ao trabalhador policial civil, promove distorções na capacidade produtiva da instituição e gera desequilíbrio e injustiças no ambiente de trabalho, provocando ainda mais sofrimento aos policiais.


Nesse contexto, o aumento das discussões, divulgações, exposições, tem trazido luz à questão e encorajado os policiais, principalmente os Escrivães de Polícia, a reconhecer seus direitos quanto à saúde mental e à necessidade de construção de um ambiente digno e com qualidade para a realização de suas tarefas cotidianas.


A partir disso, é preciso cada vez mais exigir do Estado que apresente estratégias e programas com políticas públicas capazes de oferecer atendimento especializado para cuidar e reabilitar os servidores que passam por qualquer tipo de sofrimento, seja físico ou psíquico.


É hora de agir: oferecer suporte e garantir aos policiais todo o apoio necessário para lidar com os desafios da profissão, preservando a saúde mental e sua dignidade.


Somente por meio de medidas efetivas e uma abordagem humanizada será possível minimizar essa situação insustentável e alarmante, para garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro para todos os servidores da Polícia Civil.


A saúde dos policiais civis precisa ser tratada como desafio prioritário. Não será possível combater o crime se os policiais estão adoecidos.

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