Com uma trajetória notável na Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e uma contribuição recente de grande impacto para a prática policial, nossa Escrivã Nota 10, Renata Timóteo, compartilha conosco sua visão sobre o papel fundamental dos escrivães, os desafios do trabalho e a inovação das oitivas gravadas.
Renata Timóteo ingressou na PCMG aos 18 anos, quando o concurso exigia apenas ensino médio. "Nasci e cresci na Polícia, apesar de não ter familiares na corporação", diz ela. Formada em Letras/Português, Renata complementou sua formação com duas especializações em Criminologia, o que fortaleceu seu entendimento e prática na área.
Sua jornada começou em julho de 1998, quando deixou Montes Claros para cursar a Acadepol em Belo Horizonte. A aprovação em um concurso regionalizado permitiu a ela integrar a carreira de Escrivã de Polícia. "Minha trajetória foi marcada pelo início em uma pequena cidade e a evolução para a capital, enfrentando o desafio de uma nova realidade policial", relembra.
Para Renata, a importância do trabalho dos escrivães e investigadores é incomensurável. "Como disse William Ross Wallace, ‘a mão que balança o berço é a mão que governa o mundo’. Escrivães e Investigadores são essenciais na polícia investigativa, desempenhando papéis cruciais que muitas vezes passam despercebidos", reflete. Ela acredita que muitos profissionais exercem essas funções com uma visão limitada do impacto real de seu trabalho.
Atualmente, Renata trabalha no 11º Departamento de Polícia Civil de Montes Claros. Como a única escrivã da equipe, ela lida com 6 Analistas de Apoio à Gestão e 4 Investigadores. "A equipe é coesa e muito comprometida, o que facilita o enfrentamento dos desafios diários", observa Renata. Ela também reconhece o impacto de políticas como a Lei Orgânica da Polícia e a unificação das carreiras. "Essas leis têm um impacto direto na atuação policial, podendo promover uma investigação mais integrada e eficiente, similar ao modelo adotado no Reino Unido com o PACE", explica.
Renata recentemente publicou um artigo na revista Avante da Acadepol, intitulado “DA ORALIDADE À ESCRITA: a Violência Institucional na Retextualização dos Depoimentos em Fase de Inquérito Policial”. O artigo aborda os desafios da transcrição dos depoimentos e propõe a gravação das oitivas como uma solução inovadora.
"Percebo que a Polícia ainda é muito conectada ao subjetivismo e às ideologias estigmatizantes. Falta-nos cientificidade nas práticas investigativas", argumenta. Segundo ela, a gravação das oitivas pode resolver vários problemas, incluindo a revitimização e a preservação da fidedignidade das informações.
Renata destaca diversas vantagens das oitivas gravadas:
Celeridade: A oitiva gravada reduz o tempo necessário para a coleta de depoimentos, registrando o estado emocional e as possíveis lesões das vítimas.
Economicidade e Credibilidade: A gravação garante que o depoimento seja preciso e evita reclamações de violência institucional.
Saúde Física e Mental: Elimina a necessidade de digitação do texto, permitindo que o escrivão se concentre apenas na coleta das informações.
Redução da Revitimização: Diminui o tempo em que a vítima é exposta às lembranças traumáticas.
Renata Timóteo defende que a adoção da prática de oitivas audiovisuais pode transformar a Polícia Civil em uma instituição mais eficiente e científica. "Esse método aumentará a transparência, assegurará a integridade das provas e protegerá os direitos dos entrevistados", afirma.
O Sindep tem o orgulho de reconhecer o trabalho e as contribuições de Renata Timóteo, uma verdadeira referência na Polícia Civil e uma defensora da inovação e da excelência na prática policial. Pelos relevantes serviços prestados ao longo de toda a carreira, atuando como uma policial completa, o SINDEP parabeniza a Escrivã de Polícia Renata Timóteo, nossa ESCRIVÃ NOTA 10!
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